quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Dia 25/11- Praça da Polícia - Concentração: 15h - Por mim, por nós e pelas outras: BASTA de violência contra as mulheres!!

Neste 25 de novembro, dia Internacional do Enfrentamento a Violência contra as Mulheres, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus e a Articulação de Mulheres Brasileiras, AMB, vem mais uma vez denunciar a cruel articulação entre machismo, racismo e capitalismo, que tem, ao longo dos anos, sido muito prejudicial a toda a sociedade e em particular às mulheres. As políticas públicas brasileiras no campo do enfrentamento à violência para as mulheres, que já foram uma referência mundial, hoje estão abandonadas, dentro de um Ministério que nada produz para diminuir as desigualdades de gênero ou amenizar a violência diária que sofremos nas ruas e em casa.
Neste 25 de novembro continuaremos na luta pela não aprovação da PEC181 – A PEC Cavalo de Tróia.
Basta de violência contra as mulheres! Viver uma vida sem violência é um direito de cada mulher e todas nós!

Dia 25/11- Praça da Polícia - Concentração: 15h - Por mim, por nós e pelas outras: BASTA de violência contra as mulheres!!


Nós, feministas do Brasil em Especial da Cidade de Manaus-AM e de várias partes do mundo, temos lutado pelo fim da violência contra as mulheres. Essa luta é por cada uma em particular e por todas! A violência que atinge uma única mulher atinge a todas nós também. A violência contra nós, mulheres, continua sendo o meio utilizado pelo patriarcado para tentar nos dominar, oprimir e submeter. E mesmo com toda a luta, com toda a resistência, ainda nos deparamos com dados que nos revoltam cada vez mais e nos impulsionam para continuar lutando e ter mais radicalidade.
No Brasil a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, de acordo com os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2015, segundo o Fórum, foram notificados 47.646 casos de estupro. Em agosto deste ano o Ministério da Saúde noticiou que no Brasil foram registrados 10 estupros coletivos por dia. Um aumento assustador, pois o número de casos registrados dobrou em 5 anos. E sabemos que os casos notificados não correspondem à realidade pois muitas mulheres que sofrem estupros não denunciam, por vergonha, medo de serem mortas e medo também de serem culpabilizadas pela violência sofrida. As notificações do estupro corretivo contra as mulheres lésbicas e estupros contra as mulheres trans também aumentaram.
Nem no transporte coletivo nós, mulheres, estamos em segurança. Em setembro deste ano, ganhou as manchetes dos jornais e das redes sociais, o caso do homem em São Paulo, que ejaculou no pescoço de uma mulher dentro do ônibus. Imediatamente após esse caso ser noticiado, outros casos de assédios sofridos por mulheres nos transportes públicos vieram a tona, em diferentes partes do País. Ônibus, metrô e táxi, também tem sido local em que a violência sexual também tem ocorrido com muita frequência. Andar com liberdade e segurança é um desafio constante para nós mulheres. E as mulheres mais vulneráveis, as pobres e as negras, são as que necessitam se deslocar para o trabalho a pé ou por meio destes transportes e se vêem mais expostas a estas situações de violências. Não há lugar seguro para nós, nem em casa, nem na rua.
O Mapa da Violência, publicado em 2015 pela FLACSO, demonstra que o Brasil figura entre os cinco países em que a violência fatal contra as mulheres tem maior ocorrência. Estamos falando do feminicídio, a morte violenta de mulheres, apenas porque são mulheres. De acordo com esse estudo, a cada dia no Brasil 13 mulheres são assassinadas e entre estas a maioria são mulheres pobres e negras. Nos últimos 10 anos o assassinato de mulheres brancas caiu 9% enquanto que o das mulheres negras subiu assustadores 54%. Esses dados demonstram mais uma vez que as mulheres negras estão mais vulneráveis à violência, tanto pelo racismo, quanto pela situação de pobreza e pelo patriarcado.
Neste 25 de novembro, dia Internacional do Enfrentamento a Violência contra as Mulheres, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus e a Articulação de Mulheres Brasileiras, AMB, vem mais uma vez denunciar a cruel articulação entre machismo, racismo e capitalismo, que tem, ao longo dos anos, sido muito prejudicial a toda a sociedade e em particular às mulheres. As políticas públicas brasileiras no campo do enfrentamento à violência para as mulheres, que já foram uma referência mundial, hoje estão abandonadas, dentro de um Ministério que nada produz para diminuir as desigualdades de gênero ou amenizar a violência diária que sofremos nas ruas e em casa.
Neste 25 de novembro continuaremos na luta pela não aprovação da PEC181 – A PEC Cavalo de Tróia.
Basta de violência contra as mulheres! Viver uma vida sem violência é um direito de cada mulher e todas nós!

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

BASTA! de violência contra as mulheres. NEM UMA A MENOS.




Companheiras,

A violência tem sido, ao longo dos anos, uma experiência conhecida e constante na vida das mulheres. Somos impedidas de usufruir plenamente da vida e nos vemos constantemente ameaçadas pelo machismo, racismo, lesbofobia, bifobia, transfobia, intolerância religiosa e tantas outras formas de discriminação e violência. Nossos corpos são assediados e violados em espaços públicos e privados, nossa imagem na mídia ainda é reduzida a um objeto de desejo e consumo, nossas escolhas sexuais e reprodutivas são desrespeitadas e criminalizadas.
BASTA! Além de sofrermos inúmeras violências, as leis e políticas que nos protegem estão sendo atacadas, resultando em retrocessos e perda de nossos direitos! Vivemos em um dos países que mais mata mulheres por serem mulheres, com altas taxas de feminicídio, crescendo de forma alarmante entre mulheres negras.
As mulheres de todo Brasil estão fartas e dizem juntas um grande BASTA a todas as formas de violência que nos oprimem e nos MATAM! No atual contexto de reformas extremamente prejudiciais ao povo brasileiro, com a perda iminente de direitos trabalhistas, previdenciários, ambientais, educacionais, entre outros, nós, mulheres, estamos sendo violentadas, mais uma vez, sofrendo com o desmonte do estado brasileiro, com o desgaste da democracia e fomento do ódio contra as minorias políticas.
Não nos calaremos diante de tudo isso. Ao contrário, vamos amplificar nossas vozes e gritar: Basta de violência contra as mulheres! Basta de violência contra mulheres negras! Basta de violência contra mulheres lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis! Basta de violência contra mulheres indígenas, quilombolas e agricultoras familiares! Basta de violência contra as trabalhadoras sexuais! Basta de violência contra as mulheres encarceradas!
Dia 25 de novembro de 2017, as mulheres manauaras irão para as ruas!  Vamos ocupar a Praça da Polícia, a partir das 15h30min – as 16h vamos caminhar juntas com apitos, palavras e músicas de desordem até a Praça do Congresso fazendo ecoar o silêncio – o silêncio que não queremos mais guardar. Nós, do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus gritaremos nos quatro cantos da cidade:  Basta de Violência Contra Mulheres!

terça-feira, 25 de abril de 2017

Oficina sobre Gênero

                                      Inscrições: https://goo.gl/forms/I5HhhNKErk9mRcD53 

           O Fórum permanente das Mulheres de Manaus, diante dos diversos ataques, violação dos direitos humanos das mulheres, vem propiciar estudos e roda de debates, sobre diversos temas. o primeiro tema é sobre gênero - vamos estudar conceito, verdades e mentiras sobre o tema. 
As oficinas serão ministradas pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Genero, Sexualidades e Interceccionalidades - GESECS. 
Apoio: Articulação Brasileira de Mulheres; Instituto Equit e Comissão Pastoral da Terra - CPT.   

terça-feira, 7 de março de 2017

Um pouco sobre a luta das mulheres...

“No dia da mulher as mulheres organizadas manifestam-se contra a sua falta de direitos. Mas alguns dizem: Por quê esta separação das lutas das mulheres? Por quê há um dia da mulher, panfletos especiais para trabalhadoras, conferências e comício? Não é, enfim, uma concessão às feministas e sufragistas burguesas? Só aqueles que não compreendem a diferença radical entre o movimento das mulheres socialistas e as sufragistas burguesas podem pensar desta maneira (...).

Um pouco sobre a luta das mulheres...


Segundo Engels, “De acordo com a concepção materialista, o fator decisivo na história é, em última instância, a produção e reprodução da vida imediata. Mas essa produção e reprodução são de dois tipos: de um lado, a produção de meios de existência, de produtos alimentícios, habitação e instrumentos necessários para tudo isso; de outro lado, a produção do homem mesmo, a continuação da espécie”.
Este é o ponto de partida que se necessita ter para analisar a questão da mulher e a importância de sua luta.
No sistema capitalista, de que forma a mulher da classe trabalhadora participa da divisão de trabalho para realizar tal produção e reprodução da vida? Esta reflexão faz-se necessária já que existe uma divisão sexual destes trabalhos e esta não ocorre como uma simples divisão de tarefas. É, ao contrário, hierarquizada, na qual o trabalho realizado pelos homens é socialmente valorizado e o realizado pelas mulheres - ocorrendo este dentro ou fora da esfera doméstica – subjugado e considerado socialmente inferior.
A desvalorização do trabalho feminino não é algo ‘natural’, ou seja, fruto de suas características biológicas. É, na verdade, fruto de construções históricas, das quais o capitalismo se apropria para - seja mantendo a mulher dentro do lar, responsável pela reprodução da força de trabalho, ou, seja a empregando nos serviços mais desqualificados e menos remunerados - aumentar ainda mais a exploração da classe trabalhadora.
Por isso a necessidade da organização das mulheres trabalhadoras. Não como uma organização a parte, já que pelos motivos mencionados acima isto não será resolvido com reformas que não alterem as bases de exploração de nossa sociedade, mas compreendendo sua opressão como mais um mecanismo de dominação da burguesia. Neste sentido, cabe às mulheres comunistas a tarefa de estudar ainda mais, de se formar e de, trabalhando com outras mulheres que muitas vezes ainda não perceberam esta situação, somar à luta revolucionária. Não como espectadoras, mas como ativas militantes. Isto já ocorre e sempre ocorreu.
Foi justamente por isso que foi proposto um Dia da Mulher. Este surgiu da luta das mulheres comunistas, como uma proposta de Clara Zetkin em 1910 para o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, realizado na Dinamarca. Nesse Congresso também estavam presentes Alexandra Kollontai e Rosa Luxemburgo.
Alexandra Kollontai, em seu escrito “O Dia da Mulher”, de 1913, ressalta a importância dessa data para as mulheres socialistas:
“No dia da mulher as mulheres organizadas manifestam-se contra a sua falta de direitos. Mas alguns dizem: Por quê esta separação das lutas das mulheres? Por quê há um dia da mulher, panfletos especiais para trabalhadoras, conferências e comício? Não é, enfim, uma concessão às feministas e sufragistas burguesas? Só aqueles que não compreendem a diferença radical entre o movimento das mulheres socialistas e as sufragistas burguesas podem pensar desta maneira (...). Qual o objetivo das operárias socialistas? Abolir todo o tipo de privilégios que derivem do nascimento ou da riqueza. À mulher operária é indiferente se o seu patrão é um homem ou uma mulher”.
De seu surgimento até os nossos dias essa data de luta foi perdendo este caráter classista do qual fala Alexandra e, abandonando suas raízes comunistas, abandonou também a idéia de que o fim da opressão das mulheres e a igualdade plena entre os sexos estão intrinsecamente ligadas com derrubada do capitalismo.
Neste ano, o ato que marca o Dia da Mulher, em São Paulo, infelizmente não foi diferente e fugiu bastante da ideia inicial da data.. Porém lá também estiveram presentes mulheres empunhando bandeiras que diziam “Viva as Mulheres Comunistas”, “Viva as Mulheres em Luta”, “Viva as Guerrilheiras das FARC-EP”. A iniciativa foi do Grupo de Estudos de Mulheres Comunistas Carla Maria, que com muito entusiasmo, do começo ao fim do Ato chamaram a atenção com suas palavras de ordem, bandeiras e organização.
“Nós mulheres percebemos que apesar dos movimentos e organizações políticas terem em seu corpo grande parte de mulheres, essas dificilmente ocupam tarefas de direção, liderança ou elaboração teórica marxista. Entendendo que as bases materiais nas quais estamos inseridas determinam que o espaço público pertence aos homens e que por isso, mesmo entre as trabalhadoras, ocupando esses mesmos espaços, a participação dos dois geralmente não é qualitativamente a mesma. A intenção do Grupo não é separar as coisas, muito menos dividir a classe, mas a partir da compreensão de que as desigualdades foram socialmente construídas, resolvemos nos apropriar da teoria marxista elaborada por nossa classe para que possamos ocupar esse espaço de igual pra igual e junto com os camaradas levar adiante a luta revolucionária”. Nos explica Carol, uma das integrantes do Grupo.
Não apenas aqui, mas em toda a América Latina, mulheres empunham as bandeiras da Revolução Comunista assim como milhares que todos os anos tombam na luta revolucionária. Na Colômbia, mulheres lutam e derrubam os machistas e imperialistas com balaços de fuzil. No Brasil, esses que se preparem. As mulheres trabalhadoras/ desempregadas voltam a tomar a história em suas mãos.

Redação da Agencia Inverta

Poemas para inspirar no Dia Internacional de Luta das Mulheres

Conceição Evaristo – (Em memória de Beatriz Nascimento/Brasil)

A noite não adormece
nos olhos das mulheres
a lua fêmea, semelhante nossa,
em vigília atenta vigia
a nossa memória.
A noite não adormece
nos olhos das mulheres
há mais olhos que sono
onde lágrimas suspensas
virgulam o lapso
de nossas molhadas lembranças.
A noite não adormece
nos olhos das mulheres
vaginas abertas
retêm e expulsam a vida
donde Ainás, Nzingas, Ngambeles
e outras meninas luas
afastam delas e de nós
os nossos cálices de lágrimas.
A noite não adormecerá
jamais nos olhos das fêmeas
pois do nosso sangue-mulher
de nosso líquido lembradiço
em cada gota que jorra
um fio invisível e tônico
pacientemente cose a rede
de nossa milenar resistência.

 
(Gioconda Belli, Nicarágua)

Sinto que sou um bosque
que há rios dentro de mim,
montanhas,
ar fresco, ralinho
e parece-me que vou espirrar flores
e que, se abro a boca,
provocarei um furacão com todo o vento
que tenho contido nos pulmões.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Blog feminista de Lola Aronovich é censurado após ataques machistas

Fonte: Brasil de Fato

Letícia Sabatella: "Feminismo é algo que liberta homens e mulheres"

 Fonte: Brasil de Fato

As mulheres e a luta pelos seus direitos políticos no Brasil

18 mulheres brasileiras que fizeram a diferença – parte 2

Na segunda parte do artigo sobre brasileiras que mudaram a história, saiba quem são as atrizes, escritoras, políticas, advogadas e ativistas que se destacaram, durante as últimas décadas, na luta por direitos 
Por Carla Cristina Garcia (*) e Débora Baldin Lippi Fernandes (**) |

Rachel de Queiroz

Foi tradutora, romancista, escritora, jornalista, cronista e importante dramaturga brasileira. Envolvida com política e profundamente interessada nas questões sociais relativas à sua terra de nascimento, Rachel destacou-se no desenvolvimento do romance nordestino. Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, e em 1993, foi a primeira mulher premiada com o Prêmio Camões. Foi presa em 1937, em Fortaleza, acusada de ser comunista. Exemplares de seus romances foram queimados.
Maria da Penha (Foto: MPCE)
Maria da Penha (Foto: MPCE)
Maria da Penha
É uma biofarmacêutica brasileira, que lutou contra o Estado, para que seu agressor fosse condenado por seus crimes. Mãe de três filhas, ela hoje é símbolo de movimentos em defesa dos direitos das mulheres e da luta contra a violência doméstica. Na década de 1980, seu marido à época tentou matá-la duas vezes – na primeira, aos tiros, simulando um assalto, e na segunda, tentou eletrocutá-la. Por conta da violência sofrida, ela ficou paraplégica. Sua denúncia chegou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e foi considerada, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica.
Iara Iavelberg
Foi uma militante e guerrilheira de extrema-esquerda, parte emblemática da luta armada contra a ditadura civil-militar no Brasil. Psicóloga, professora, destemida, vaidosa e divorciada,  tudo isso sem ter sequer chegado aos vinte anos, quebrou todos os tabus da época, largando um casamento para entrar para a luta armada. Foi adepta do amor livre, ideia que escandalizava a família brasileira. Depois de se integrar à luta contra o regime militar, tornou-se companheira do ex-capitão do exército Carlos Lamarca, um dos principais nomes da oposição armada ao governo militar no Brasil, até morrer numa emboscada de agentes do Estado em Salvador, Bahia, em agosto de 1971. De acordo com a primeira versão do Ministério da Marinha, ela teria se matado, fato falacioso que foi contestado após após a exumação de seu corpo em 2003.
Cassandra Rios
Pseudônimo de Odete Rios, foi uma escritora brasileira de ficção, mistério e principalmente romances que envolviam a temática da homossexualidade feminina e erotismo, sendo uma das primeiras escritoras a tratar da sexualidade da mulher desta forma. Durante sua carreira, escreveu mais de quarenta romances com altíssimos índices de venda e foi a primeira escritora brasileira a atingir um milhão de exemplares vendidos. Teve 36 de suas obras censuradas durante a ditadura civil-militar no Brasil. Se envolveu politicamente e foi candidata a deputada pelo PDT em 1986, mas não se elegeu.
Maria Berenice Dias
É uma jurista brasileira, a primeira mulher a ingressar na magistratura no estado do Rio Grande do Sul. Sua especialização é julgar ações que envolvem Direito de Família e Sucessões, de modo a quebrar o paradigma que sustenta o conceito de família heterossexualmente composta no Brasil. Cunhou o termo homoafetividade (já consta nos dicionários brasileiros), ressignificando-o de modo a extrair o estigma sexual que pairava sobre esse tipo de relação, ampliando o conceito de família tradicional. É conhecida internacionalmente por suas posturas progressistas em relação à luta pelos direitos da mulher e outras minorias.
Maria Berenice Dias (Foto: Elza Fiúza/ABr)
Maria Berenice Dias (Foto: Elza Fiúza/ABr)
Leila Diniz, em entrevista ao "O Pasquim" (Foto: WikiCommons)
Leila Diniz, em entrevista ao “O Pasquim” (Foto: WikiCommons)
Leila Diniz
Foi uma atriz brasileira, à frente do seu tempo. Quebrou tabus em plena ditadura civil-militar. Chocou a sociedade brasileira ao exibir a sua gravidez de biquíni na praia e ao falar sobre sua sexualidade sem o menor pudor: “Transo de manhã, de tarde e de noite”. Ousada e nada afeita a convenções sociais, foi duramente criticada pela sociedade conservadora das décadas de 1960 e 1970. Leila falava de sua vida pessoal sem nenhum tipo de pudor. Entrevistas marcantes foram dadas à imprensa, mas uma em específico se destaca: ela disse ao jornal “O Pasquim”, em 1969, que “você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo”. A cada trecho transcrito, seus palavrões eram substituídos por asteriscos.

Dilma Rousseff
Atual presidenta do Brasil, é economista e política filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e de governo, em toda a história do país. Tal acontecimento é extremamente significativo, já que ela é um dos símbolos da resistência popular durante os anos de chumbo. Integrou organizações baseadas na luta armada, contra o regime civil-militar e, passou quase três anos presa entre 1970 e 1972 (primeiramente durante a Operação Bandeirante, Oban), onde foi barbaramente torturada e, posteriormente, no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

(*) Carla Cristina Garcia é doutora em Ciências Sociais, especialista na área de sociologia do gênero, e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
(**) Débora Baldin Lippi Fernandes é graduada em Relações Internacionais pela PUC-SP.
(Crédito da foto de capa: Ichiro Guerra)