segunda-feira, 5 de março de 2018

PARALISAÇÃO INTERNACIONAL DAS MULHERES: PERDA DE DIREITOS? EU NÃO ACEITO!


"Por que paramos?"

Nós do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus /FPMM -“Paramos porque uma em cada três mulheres da região não tem renda própria. Porque a jornada média do trabalho remunerado das mulheres é de 39,13 horas semanais, enquanto a dos homens corresponde a 13,72 horas semanais em pelo menos dez países da América latina. Paramos para visibilizar esta dupla jornada de trabalho que afeta, principalmente, a vida das mulheres mais pobres. Paramos porque as travestis e as transsexuais não estão no mercado de trabalho formal. Paramos porque índice de violência de gênero e feminicídio é epidêmico, inspirando centenas de milhares a unirem-se em protestos e paralisações solidárias femininas em todo o continente. Paramos porque o Brasil tem quinta maior taxa de feminicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres. Paramos porque a PEC 181 nos leva a morte. PEC 181/2015) estabelece a proibição de todas as formas de aborto no país – inclusive aquelas consideradas legais até então.
Atualmente, o aborto só é permitido em casos de gravidez por estupro, gravidez de risco à vida da mãe ou anencefalia dos fetos. Paramos porque o racismo mata. E não podemos ser indiferentes. Uma jovem negra é assassinada a cada 23 minutos. Não podemos ficar indiferentes. Paramos porque não aceitamos os retrocessos do governo golpista. Não aceitamos a Flexibilização da jornada de trabalho; Terceirização; Reforma da Previdência. Paramos porque não aceitamos a Privatização da Eletrobrás (Amazonas Energia). Não aceitamos a violência doméstica. Não aceitamos o assédio sexual e moral. Não aceitamos abusos sexuais e pedofilia. Não aceitamos os baixos salários. Paramos porque a Intolerância religiosa é um mal que atinge muitas mulheres. Só em 2017, foram registrados pelo Disque 100 mais de 150 denúncias contra intolerância religiosas. A maioria das vítimas são mulheres que seguem religiões de matriz africana, como candomblé e a umbanda. Paramos porque queremos um estado laico. Paramos porque queremos mulheres feministas no parlamento. Paramos porque queremos Creche, emprego, educação, saúde, cultura, lazer, moradia, água e energia. Paramos porque queremos um país democrático, que respeite os direitos das mulheres. Paramos porque não vamos nos calar. O capitalismo não vai nos calar! 
Dia: 08 de março as 15h na Praça da Saudade e as 18h o Show - Ouvindo nossas vozes! no Largo São Sebastião. 

domingo, 4 de março de 2018

NOTA DE REPÚDIO E SOLIDARIEDADE A DEPUTADA ESTADUAL ALESSANDRA CAMPÊLO - AM


Nós, do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) com seus vários coletivos de Mulheres e fazendo parte da Articulação de Mulheres Brasileiras/AMB, vimos a público manifestar nosso repúdio à forma como o radialista e blogueiro Ronaldo Tiradentes vem se manifestando de maneira ofensiva à única mulher parlamentar na Casa Legislativa do Amazonas.

A violência de gênero em todas as suas formas, são utilizadas sistematicamente para subjugar as mulheres, dominar e desqualificar especialmente para os cargos públicos. E é por isso que o FPMM vem reafirmar neste mês da Paralisação Internacional das Mulheres, o seu compromisso intransigente no combate a qualquer manifestação que reafirme padrões discriminatórios às mulheres e fomente a cultura machista, patriarcal, arbitrária e de ódio.

Por isso, manifestamos nossa solidariedade à Deputada Estadual Alessandra Campêlo por sua condição - ser mulher. Assim como apoiamos sua firmeza, compromisso com a população mais carente ao assinar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da saúde pública para investigar as licitações e superfaturamentos no Amazonas. Qual é medo? Não há dúvidas que foram sim, desviados milhões, e sabemos também que quem mais sofre são as mulheres que precisam do acesso aos tratamentos de saúde, como o câncer, por exemplo. Estamos de olho!

#mexeucomumamexeucomtodas
#pelademocracianapolítica

Assinam esta nota:

Associação de Artesãos Indígenas de Manaus Amazônia Viva – AAIMAV;
Associação de Travestis,Transexuais e Transgêneros do Amazonas -ASSOTRAM;
Associação dos Mestres e Brincantes da cultura Popular do Amazonas;
Articulação de Mulheres Homoafetivas Aliados e Aliadas do Amazonas – ALMAZ;
Associação das Donas de Casa do Estado do Amazonas – ADCEAAM;
Associação Amazonense de Mulheres Independentes pela Livre Expressão Sexual- AAMILES; Associação de Grupos
Alternativos de Geração de Renda de Manaus – ASSGAGER;
Associação Nossa Senhora da Conceição;
Centro de Defesa da Mulher;
Centro de Integração Amigas da Mama – CIAM;
Coletivo Difusão;
Coletivo Hip Hop Feminino;
Conselho Estadual dos Direitos da Mulher - CEDIM;
Conselho Regional de Serviço Social 15a Região (CRESS AM/RR);
Comissão Pastoral da Terra – CPT;
Coletivo OcupaMinaArt;
Coletivo Mariam;
Espaço Feminista Uri Hi;
Elo Mulheres da Rede Sustentabilidade AM;
Fórum de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Amazonas - FLGBT/AM;
Fórum de Mulheres Afro-Amerindias e Caribenhas.
Fórum Permanente dos Afro-descendentes do Amazonas;
Frente Nacional de Mulheres no Hiphop;
Guerreiras Amazônicas em Movimento - GAM;
Grupo de Estudos e Observatório Social: Gênero, Política, Poder – GEPOS;
Instituto Equit – Gênero, Economia e Cidadania Global;
Instituto Cultural Afro Mutalembê;
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC;
Movimento Feminista Maria sem Vergonha;
Movimento Comunitário Vida e Esperança - MCVE
Movimento de Mulheres Solidaria do Amazonas – MUSAS;
Movimento de Mulheres Negras da Floresta – DANDARA;
Movimento de Mulheres Orquídea;
Macha Mundial das Mulheres – Núcleo Amazonas;
Manifesta LGBT+;
Núcleo Lélia Gonzalez;
Pastoral Operaria -PO;
Promotoras Legais Populares de Careiro
Rede Grito pela Vida;
União Brasileira de Mulheres – UBM

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Nota de Repúdio e Solidariedade a Mary Lúcia.



Acredito na beleza das almas que existe dentro
e fora das pessoas. Acredito que a maldade
seja passageira e que o ódio seja o inicio do amor
 escondido dentro das almas.  (F. Júnior/2018). 






NOTA DE REPÚDIO E SOLIDARIEDADE.


O Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, desde de 2006, vem provocando a sociedade das mulheres e dos homens, promotoras e promotores da paz e dos direitos, a assumir a missão de lutar pelos direitos humanos das pessoas. E nós, do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, assumimos a incumbência de juntas, lutarmos em favor, de uma sociedade, que não seja patriarcal, capitalista, machista, sexista, transfobica, racista, lesbofobica e cheia de ódio.
Acreditamos que as mulheres podem viver sem violência, em uma sociedade justa, que respeite as identidades de gênero, que respeite a diversidade religiosa, que respeite a vida das mulheres.       
A violência contra mulheres vem tornando-se, a cada dia, uma das maiores mazelas sócias, no Brasil e no estado do Amazonas. Todos os dias surge um novo caso de violência física, sexual, psicológica, patrimonial, racial, até chegar ao feminicidio. Muitos casos são registrados e outros são desencorajados pela burocracia do Estado brasileiro, que acaba dificultando o acesso ao exercício pleno do direito. Sabemos que a violência existe em todas as camadas da sociedade. Também sabemos que a mesma não pode ser silenciada.
As mulheres violentadas não podem se deixar silenciar. Seus gritos de dor, de indignação e de denúncia devem ecoar por todos os espaços.
Assim, nós do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, manifestamos REPÚDIO acerca dos inúmeros casos de violência contra mulheres no estado do Amazonas/Manaus. Repudiamos o caso de violência física que sofreu a instrutora de informática, militante dos direitos humanos das mulheres, Mary Lúcia, que foi covardemente agredida na tarde do dia 29 de janeiro, em frente a sua casa no bairro Colônia Terra Nova, Zona Norte de Manaus, por volta das 16h30min, por um vizinho. Mary Lúcia registrou a ocorrência na Delegacia de Combate a Crimes Contra a Mulher (DECCM), afirmando que o agressor é seu vizinho, um lutador de artes marciais e que o crime foi cometido por homofobia (homofobia corresponde a uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a gays, lésbicas, bissexuais e também em relação a transgêneros e pessoas transexuais. Tais sentimentos podem ser: aversão, antipatia, desprezo, raiva inexplicável e engloba preconceito, discriminação e abuso). O autor lesbofobico, no ano de 2014, agrediu a vitima e foi condenado, segundo os autos do processo nº 0609400-68,2014,8.04.0015.
No ano de 2014, segundos dados do Ministerio dos Direitos Humanos/ Secretaria Especial de Direitos humanos/        Diretoria de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais             (DPLGBT), 14,29% das mulheres lésbicas foram agredidas por vizinhos e vizinhas, 31,68% das mulheres lésbicas agredidas no Brasil, o suspeito era vizinho. 36,36% das agressões foram cometidas em vias públicas.
Ser lésbica é um direito, uma orientação e uma identidade sexual. Portanto, é fundamental e urgente que sejam garantidos os direitos e a cidadania lésbica. Mary Lúcia foi espancada, humilhada, ferida no corpo e alma.
Ao ser socorrida por outras e outros vizinhos/as, que sensibilizados/as, usaram seus corpos como correntes humanas para proteger, acalentar e fortalecer a vítima.
Mary viu que não estava sozinha, que a solidariedade existia. Com isso, teve erguida sua força, a sede por justiça, teve erguida a dor que não era apenas sua. A dor de muitas Mary, Joanas, Tonhas, Marias, Ana, Tiana, Aga, Doras e tantas outras que no silêncio vibram com a coragem de Mary Lúcia, em dizer: Basta de violência. 
Nós mulheres de luta e que luta, esperamos que a justiça abra os olhos!
Assim, prestamos nossa SOLIDARIEDADE, unimos nossa força a tua força, a tua garra de guerreira amazonida. Iremos juntas vencer o ódio, discriminação, preconceito, machismo, sexismo e a lesbofobia.     
O fim da violência contra as mulheres e a emancipação feminina são pressupostos para a construção de uma sociedade mais justa.

           Assinam a nota de repudio e solidariedade,           

Associação de Artesãos Indígenas de Manaus Amazônia Viva – AAIMAV;
Associação de Travestis,Transexuais e Transgêneros do Amazonas  -ASSOTRAM;
Articulação de Mulheres Homoafetivas Aliados e Aliadas do Amazonas – ALMAZ;
Associação das Donas de Casa do Estado do Amazonas – ADCEAAM; 
Associação Amazonense de Mulheres Independentes pela Livre Expressão Sexual- AAMILES; Associação de Grupos Alternativos de Geração de Renda de Manaus – ASSGAGER; 
Associação Nossa Senhora da Conceição;
Centro de Defesa da Mulher; 
Centro de Integração Amigas da Mama – CIAM;
Coletivo Difusão;
Coletivo Hip Hop Feminino;
Conselho Estadual dos Direitos da Mulher -   CEDIM; 
Conselho Regional de Serviço Social 15a Região (CRESS AM/RR);
Comissão Pastoral da Terra – CPT; 
Coletivo OcupaMinaArt;
Coletivo Mariam;
Espaço Feminista Uri hi; 
Fórum Permanente dos Afro-descendentes do Amazonas;
Frente Nacional de Mulheres no Hiphop;
Fórum Afroamerindias e Caribenhas;
Guerreiras Amazônicas em Movimento - GAM; 
Grupo de Estudos e Observatório Social: Gênero, Política, Poder – GEPOS;
Instituto Equit – Gênero, Economia e Cidadania Global;
Instituto Cultural Afro Mutalembê;
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC; 
Movimento Feminista Maria sem Vergonha;
Movimento Comunitario Vida e Esperança - MCVE
Movimento de Mulheres Solidaria do Amazonas – MUSAS;
Movimento de Mulheres Negras da Floresta – DANDARA;  
Movimento de Mulheres Orquídea; 
Macha Mundial das Mulheres – Núcleo Amazonas; 
Manifesta LGBT+;
Núcleo Lélia Gonzalez;
Pastoral Operaria -PO;
Promotoras Legais Populares de Careiro
Rede Grito pela Vida;
União Brasileira de Mulheres – UBM