quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Dia 25/11- Praça da Polícia - Concentração: 15h - Por mim, por nós e pelas outras: BASTA de violência contra as mulheres!!


Nós, feministas do Brasil em Especial da Cidade de Manaus-AM e de várias partes do mundo, temos lutado pelo fim da violência contra as mulheres. Essa luta é por cada uma em particular e por todas! A violência que atinge uma única mulher atinge a todas nós também. A violência contra nós, mulheres, continua sendo o meio utilizado pelo patriarcado para tentar nos dominar, oprimir e submeter. E mesmo com toda a luta, com toda a resistência, ainda nos deparamos com dados que nos revoltam cada vez mais e nos impulsionam para continuar lutando e ter mais radicalidade.
No Brasil a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, de acordo com os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2015, segundo o Fórum, foram notificados 47.646 casos de estupro. Em agosto deste ano o Ministério da Saúde noticiou que no Brasil foram registrados 10 estupros coletivos por dia. Um aumento assustador, pois o número de casos registrados dobrou em 5 anos. E sabemos que os casos notificados não correspondem à realidade pois muitas mulheres que sofrem estupros não denunciam, por vergonha, medo de serem mortas e medo também de serem culpabilizadas pela violência sofrida. As notificações do estupro corretivo contra as mulheres lésbicas e estupros contra as mulheres trans também aumentaram.
Nem no transporte coletivo nós, mulheres, estamos em segurança. Em setembro deste ano, ganhou as manchetes dos jornais e das redes sociais, o caso do homem em São Paulo, que ejaculou no pescoço de uma mulher dentro do ônibus. Imediatamente após esse caso ser noticiado, outros casos de assédios sofridos por mulheres nos transportes públicos vieram a tona, em diferentes partes do País. Ônibus, metrô e táxi, também tem sido local em que a violência sexual também tem ocorrido com muita frequência. Andar com liberdade e segurança é um desafio constante para nós mulheres. E as mulheres mais vulneráveis, as pobres e as negras, são as que necessitam se deslocar para o trabalho a pé ou por meio destes transportes e se vêem mais expostas a estas situações de violências. Não há lugar seguro para nós, nem em casa, nem na rua.
O Mapa da Violência, publicado em 2015 pela FLACSO, demonstra que o Brasil figura entre os cinco países em que a violência fatal contra as mulheres tem maior ocorrência. Estamos falando do feminicídio, a morte violenta de mulheres, apenas porque são mulheres. De acordo com esse estudo, a cada dia no Brasil 13 mulheres são assassinadas e entre estas a maioria são mulheres pobres e negras. Nos últimos 10 anos o assassinato de mulheres brancas caiu 9% enquanto que o das mulheres negras subiu assustadores 54%. Esses dados demonstram mais uma vez que as mulheres negras estão mais vulneráveis à violência, tanto pelo racismo, quanto pela situação de pobreza e pelo patriarcado.
Neste 25 de novembro, dia Internacional do Enfrentamento a Violência contra as Mulheres, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus e a Articulação de Mulheres Brasileiras, AMB, vem mais uma vez denunciar a cruel articulação entre machismo, racismo e capitalismo, que tem, ao longo dos anos, sido muito prejudicial a toda a sociedade e em particular às mulheres. As políticas públicas brasileiras no campo do enfrentamento à violência para as mulheres, que já foram uma referência mundial, hoje estão abandonadas, dentro de um Ministério que nada produz para diminuir as desigualdades de gênero ou amenizar a violência diária que sofremos nas ruas e em casa.
Neste 25 de novembro continuaremos na luta pela não aprovação da PEC181 – A PEC Cavalo de Tróia.
Basta de violência contra as mulheres! Viver uma vida sem violência é um direito de cada mulher e todas nós!

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